terça-feira, 21 de agosto de 2018

Reflexo no espelho

Às vezes sinto tanta saudade que chega a doer,
fico pensando se realmente é de ti, do meu pai, de minha mãe,  de Deus, amigos ou irmãos, tamanho é o buraco que pareço carregar dentro de mim
Um buraco vazio e ao mesmo tempo pesadíssimo e carregado de nada.
Não sei se esse nada são nada mágoas ou
lágrimas, tristezas, abandonos ou simplesmente a falta do que não vivi.
Sinto falta de alguém que não conheço, do abraço, talvez do aconchego.
Das palavras não ditas, dos olhares não trocados, das histórias não contadas, dos risos não ouvidos, sinto falta das brigas que não aconteceram e até das portas não batidas.

Acredite sinto, sinto muito.
Tantos milhares de livros não lidos, dos desenhos e rabiscos que não fiz. Ou das cartas não escritas e confissões nunca proferidas que de arrependimento me fizessem chorar.
Não ter percorrido estradas desertas e visto incontáveis pores do sol. Não ter visto as gotas de chuva escorrendo pelas vidraças, fotos velhas de escola e  espinhas no nariz. 
Sinto falta do beijo roubado ou do baile dançando colado que nunca  aconteceu.
Olho no espelho e pergunto ao reflexo : quem és tu? Ilustre desconhecida de uma vida não vivida.... 
Prazer, vamos conversar.

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