Quando eu entrei na faculdade comecei a namorar um rapaz que se chamava Clóvis, eu mal o conhecia, mas com o passar dos dias e a convivência me apaixonei perdidamente por ele. Nós conversávemos por horas, fosse por telefone, na faculdade ou quando saíamos, passamos a fazer tudo juntos e os nossos laços foram se estreitando. Fiz planos de casar com ele e num determinado momento ele também queria casar comigo, tudo era muito forte, muito completo e muito intenso.
Eu ainda não conhecia Jesus, me entreguei completamente àquele amor e tinha certeza de que passaria o resto da vida com ele. Depois de algum tempo ele começou a ter problemas em casa, seu relacionamento com o pai era muito difícil e ele passou a beber, eu o carregava na rua, era uma situação muito dolorosa mas eu o amava mais que tudo. Conversámos sobre nossas famílias, nossos problemas e ele tinha um sonho muito grande de terminar a faculdade que estávamos fazendo juntos e cursar jornalismo, mas seus pais não o apoiavam e pelo fato dele beber minha mãe deixou de apoiar o relacionamento também.
Fiz das tripas coração, me isolei dos amigos, cortei relações com a família e enfrentei todo mundo, afinal de contas ele era meu amor, nos encontrávamos na rua, no cinema, ficávamos juntos todo o tempo e ele bebendo.
Um dia falamos muito sobre a faculdade de jornalismo e ele me perguntou se eu o apoiaria e é claro que eu disse que sim, fomos ao cursinho, ele fez a matrícula e na volta...ai a volta....
Mas eu estava acordada, ele falou sobre ser repórter, viajar, cobrir eventos perigosos, qualquer coisa assim, a voz dele soava longe, eu parecia atordoada, balançava a cabeça concordando sem me dar conta do que ouvia, ele desceu no ponto seguinte e eu fiquei ali, passada a ferro e com vinco, sem saber o que ia ser da minha vida, Clóvis tinha descido do ônibus e sem me pedir, levou com ele meus sonhos, meus planos, minha vida....
Passei por um período de depressão profunda, não conseguia entender nada do que tinha acontecido, mas tinha acontecido comigo. Eu não tinha mais amigos, tinha me afastado de minha família e não tinha mais o amor dele. Eu estava completamente só.
Contei tudo isso prá você entender uma coisa, desilusões são terríveis, arrancam pedaços de nós e deixam cicatrices profundas, algumas tão profundas que somente Jesus Cristo pode curar, mais ninguém, nem mesmo o tempo cura. Daí cheguei a conclusão do seguinte, eu só enxerguei o que queria ver, a verdade estava diante dos meus olhos, mas eu não percebia, não queria perceber. Continuei firme acreditando que ele ia voltar, que ia dar tudo certo, que ele ainda me amava, era só um período duro, ele estava confuso...um ano depois ele se casou com minha melhor amiga.
Foi uma latada, um rombo, uma rasteira daquelas e eu caí mesmo e fiquei um tempão assim, achei que ia morrer, que minha vida tinha perdido o sentido, imagine perder o namorado e a "melhor" amiga (que amiga hein?!) e quando pensei que o mundo fosse acabar acordei com o sol na janela, ele havia se casado em março e estávamos em setembro, era início da primavera, uma primavera fria e florida e eu percebi que a vida continuava, que eu estava mais forte, mais firme, mais disposta e mais madura: nunca mais colocaria minha vida, meus projetos, meus sonhos integralmente nas mãos de ninguém. Deus iria me ajudar, iria me dar um novo amor, uma nova vida, ia mudar tudo ainda que eu não enxergasse como, eu iria ser feliz!
Mas amanhã continuo falando sobre esse assunto, medite nisso: o amor de Deus nos cerca e nos sustenta a todo momento, nós nunca estamos sós.
beijos
Lavs
Amor não deveria rimar com dor...
ResponderExcluircontudo sempre acontece isso, acho que é porque colocamos muitas expectativas no outro, e ai a desilusão acontece.
Já passei por isso, hoje sinto-me triste e desencantada e não penso em apaixonar-me novamente.
Mas para mim, tudo foi lição de vida. E é certo que Deus jamais nos desampara.